UtupiAR: é urgente!

sexta-feira, abril 28, 2006

21 de Março - terça-feira

Depois de um dia passado na biblioteca a pesquisar e a requisitar livros sobre o movimento okupa e movimentos sociais em Barcelona, fui à reunião semanal dos Ecologistas em Acção. Na sala só estava uma rapariga e um senhor. Fiz as apresentações necessárias e a rapariga disse-me que não estavam a ter reunião, porque um dos grupos da associação ía usar a sala mas que afinal estavam noutra e se eu queria ir lá ver. Ainda chegamos a espreitar à porta, estavam a ver umas projecções sobre energia e mas a falar em catalão. Mas por isso, porque eram muitos e porque ninguém me chamou, não quis entrar. Fiquei antes a falar com a rapariga sobre a associação na sala de reuniões. É uma espécie de fundação, pois reúne várias associações como associações de direitos dos animais, associações locais de ambiente... Trabalham por grupos de trabalho e fiquei a saber que em Barcelona o grupo mais activo e que costuma reunir semanalmente é o grupo da mobilidade e transportes. Deu-me os contactos tanto deste grupo como do grupo de consumo que ás vezes também faz umas coisas.

À noite fui ter com uma rapariga e um rapaz do Hospitality Club que estavam aqui de passagem e me tinha contactado. Eram austríacos e estavam a gostar muito de Barcelona. Ela ia de volta para Barcelona no dia a seguir pois estava em aulas, ele ia continuar a viagem para Marrocos onde ía ficar um mês a viajar. É de facto um facto como as pessoas de países mais a norte da Europa (assim como pessoas dos Estados Unidos e Canadá) viajam mais que nós do Sul. Não me sai da cabeça o que um foto-jornalista que esteve na ESEC a dar uma conferência sobre a sua volta ao Mundo: “em toda a minha viagem encontrei cerca de 30 dinamarqueses que estavam a viajar grandes distâncias, portugueses apenas 1”, algo deste género. Os portugueses, e também espanhóis, italianos e gregos, são mais agarrados à família e à terra Natal, se antes fomos uns aventureiros e ávidos de descobrir mais terra, hoje somos agarrados a esta e não nos queremos afastar dela por muito tempo. Um factor que também contribui é o económico, não temos em geral tanto dinheiro como os outros países que referi.

Lembro-me também de na nossa casa em Coimbra a maior parte das pessoas que recebemos tarem a fazer uma espécie de pausa no percurso académico. Ou seja, depois do secundário tiravam um ano para viajar, ou interrompiam a universidade. O famoso “taking a gap” americano e a ser cada vez mais adoptado noutros países. Eu cá acho uma boa ideia, viajar, foi das coisas com que mais aprendi. O não passado na Finlândia e o facto de ter conhecido tantos países e pessoas diferentes nesses meses enriqueceu-me muitíssimo. Começo a precisar de repetir.



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