UtupiAR: é urgente!

sexta-feira, abril 28, 2006

20 de Março - segunda-feira

Hoje saí de casa bem cedo.

Comecei por visitar o CIAJ Centro de Informação e Assessoramento para Jovens (www.bcn.es/ciaj). É o serviço oficial de informação aos jovens da câmara de Barcelona. Outro dos serviços é o de associativismo e intercâmbios juvenis que podemos encontrar no Casal d’Associacions Juvenils de Barcelona. A página www.jovebcn.net é a página oficial da câmara de Barcelona dedicada à juventude.

O espaço CIAJ tinha muita informação disponível como jornais e revistas diversas, cartazes, panfletos de diversos centros cívicos e associações, um espaço de consulta na Internet, várias mesas e um grande mapa com os serviços de apoio a jovens existentes na cidade. Várias pessoas dirigiam-se ao “balcão de atendimento” e depois umas vi-as dirigirem-se para as mesas com um livro a consultar, ou a marcar hora na Internet, ou a serem atendidas durante mais tempo. Situações que explicavam o serviço do CIAJ de “assessorament” personalizado e de auto-consulta. Os temas são vários: alugar e comprar casa; procurar emprego; encontrar na cidade o curso e/ou oficina que procuras; informação sobre formação especifica; informação sobre apresentação de trabalhos e projectos pessoais; indicação de entidades que dispõem de serviços de apoio ao imigrante; divulgação de programas de intercâmbio estudantil; “viatgeteca” (uma espécie de biblioteca super especializada em viagens, com guias, mapas, videos, revistas...); informação sobre associações, ong’s, voluntariado; informação sobre saúde; divulgação dos centros sociais da cidade e informação sobre tempo livre e cultura em Barcelona.

Fiquei com a ideia que é sobretudo um serviço de reencaminhamento. Durante o pouco tempo que lá estive, estiveram também cerca de 5 pessoas, mais 5 na sala de Internet, e outras 3 de passagem, o que demonstra que é um espaço com uma boa frequência de pessoas. Talvez porque serviços de reencaminhamento e onde temos meios e recursos disponíveis para procurar aquilo que precisamos e queremos são sempre bastante úteis. Ainda para mais numa cidade com tanta oferta.

Reparei que ainda não disse o que fui lá fazer: saber alguns endereços de lojas de 2ª mão e aproveite para ver nas páginas amarelas onde ficavam vários endereços de algumas associações que procurava. Acabei por não obter o que queria nas lojas de 2ª mão. Primeiro porque encontrei poucas, e depois porque ou pareciam lojas de estilistas com peças caríssimas, ou porque estavam fechadas. Apenas queria ver bicicletas em 2ª mão e um casaco corta-vento (porque aqui em Barcelona há dias que dá uns chuviscos valentes). Em 2ª mão porque sou uma consumidora responsável e prefiro reutilizar do que estar a contribuir para mais um desgaste desnecessário de matérias-primas ou quiçá contribuir para o trabalho infantil, o trabalho precário e até mesmo para a exploração de povos.

Mesmo ao lado vi algo que me despertou a atenção: “Raval Text” era o nome do estabelecimento, através do vidro consegui avisar algumas mulheres a trabalhar em máquinas de costura e li na janela “empresa de inserção laboral”. Como vizinha estava a loja de roupa de 2ª mão que procurava, mas que estava fechada. Através do panfleto fiquei a perceber que a loja faz parte de um programa chamado “Roupa Amiga” (www.robaamiga.net) que através de vários contentores instalados na Catalunha recolhem roupas em 2ª mão. Este projecto é da Fundação “Um só Mundo” (www.unsolmon.org) da Obra Social da (www.caixacatalunya.es/obrasocial) Caixa Catalunha (que por sua vez é um banco). Juntamente com a Raval Text que arranja a roupa, abriram a Loja “Moda Amiga”. Assim, ao mesmo tempo que contribuímos para a inserção laboral de pessoas em situação de risco de exclusão, estamos a consumir responsável e ecologicamente.

Por falar em consumo responsável, fui logo de seguida a uma associação, a SETEM (www.setem.org/catalunya), ONG de solidarieadade internacional nascida em Barcelona em 1968, membro da Federação SETEM e da Federação Catalã de ONG’S para o Desenvolvimento. Têm uma loja de Comércio Justo onde comprei alguns livros e apercebi-me que um deles (“Guia para o Consumo Responsável de Roupa”) pode ser muito útil para a campanha eco-consumidor do GAIA, da qual sou coordenadora, dado que um dos temas trimestrais da campanha foi a indústria têxtil. Assim, perguntei se haveria a possibilidade de o GAIA traduzir o guia para português e distribui-lo em Portugal. Assim, acabei por falar com o coordenador da campanha “Roupa Limpa”, onde está inserido o guia, que, muito simpático, me disse que não haveria qualquer problema, e que o GAIA até podia fazer parte dessa rede (“roupa limpa”). Vou falar com o resto do pessoal do GAIA e propor que eu faça a tradução e mesmo a ingressão na rede.


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