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segunda-feira, abril 24, 2006

15 de Março - quarta-feira

Hoje fomos ver pela primeira vez umas projecções sobre violência de género e doméstica na Caixa Fórum. Quer dizer, na obra social da Fundação “La Caixa”. É que aqui já não é a primeira vez que vejo bancos (como a Caixa Fórum, a Caixa Catalunya e a caixa Tarragona) que tentam demonstrar uma forte responsabilidade social.
“Cárcel de Amor” – relatos culturais sobre a violência de género (www.carceldeamor.net/vsc) é o nome do projecto que terá lugar durante os meses de Fevereiro, Março e Abril e inclui 3 mesas redondas (uma sobre ficção e realidade, outra sobre realidade e comunicação e a última sobre violência virtual, todas elas referentes à violência de género), um programa de cinema e video, uma publicação e a página web.
Dos 5 documentários e curtas que vimos a que mais gostei foi “Survivors” (de Sheila M. Sofian), onde através da animação (desenhos animados) nos mostram algumas entrevistas a pessoas vitimas de violência doméstica. Denote-se o título do documentário “sobreviventes” que demonstra o seu carácter de conceder protagonismo às mulheres, que não são vitimas, mas sim sobreviventes, transportando esse carácter negativo e pessimista da vitimização para um mais positivo e que felicita o esforço e coragem destas: sobreviventes.
Durante e depois das curtas reflecti sobre o facto da violência doméstica e de género, serem sobretudo problemas sociais. E que mais que a ajuda psicológica às “vitimas” destas violências, há que ir à raiz dos problemas, que está na sociedade. Ou seja, o problema está na ideia geral que se tem das mulheres e do seu papel. Ainda vivemos numa sociedade machista onde a mulher é associada a várias tarefas especificas (lidas domésticas, cuidar dos filhos...) e as ideias pré-concebidas são imensas (conduzem mal, são mais fracas, não têm jeito para as engenharias...).Tudo isto pode ser a génese e contribuir para todos os problemas associados. Se uma mulher sofre de violência doméstica, o facto de viver numa sociedade que para além de machistas, é sexista, matriarcal, religiosa e materialista, não ajuda, dado que os vizinhos, a igreja, e mesmo as leis existentes são fortes influências e pressões sociais, que podem levar mesmo ao agravamento da situação, se a mulher tem medo de pedir ajuda.
Claro que os serviços de ajuda e acompanhamento são essenciais, mas também o são as campanhas de prevenção. Aqui, a animação sócio-educativa pode ter um papel importantíssimo.


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